sábado, dezembro 24, 2005

Harry Potter e o Fumo Sagrado

Era uma vez uma menina. Era muito amiga de duas amigas.Eram, portanto, três amigas. Mas essa menina-amiga em destaque cortou-lhes o coração quando começou a namorar um menino que atendia pelo nome de Harry Potter Salvador.
Esse menino apareceu como que por magia, fato que lhes pareceu óbvio mais tarde, e por bruxaria (única explicação plausível) roubou o coração da amiga-menina. Era um rapaz de figura antipática e de intelecto bestial. Às vezes tentava agradá-las com soquinhos em suas barrigas, tapinhas em suas costas, ou comentários vazios a respeito do nada. Fato que as deixava mais esgotadas e desesperançadas com relação à amiga, esta durante todo o tempo era vista sorrindo e babando enquanto olhava para seu infante namorado.
Em uma bela e azulada tarde, Harry Potter e sua magia negra bateram à casa de Amiga II, a qual desavisada abriu a porta sorrindo e em seguida engasgando com seu próprio arrependimento, pensou “Essa minha maldita mania de abrir portas em tardes ensolaradas”.
- Oi, eu trouxe maconha, vamos fumar?-Disse cerrando os olhos com tanta malícia de usuário que lembrou um pato beirando a morte.
Amiga II suspirou com desgosto, baixou os olhos e deixou o menino entrar, devia ser mais uma de suas tentativas de aproximação e aceitação ao círculo social da namorada. Harry Potter não perdeu tempo, mal entrou na sala e já colocou na mesa de marfim e puro gesso da Flórida, um engodo de fumo ensacado com má vontade e plástico preto, abriu e mostrou à Amiga II como se fosse uma espécie de cálice sagrado que conseguira durante uma guerra qualquer hollywoodiana. Juntou aquele cafofo nas mãos e disse com trejeitos de um suíno refinado:
- Cheire!
Amiga II, sem muita opção, cheirou o fumo e antes que pudesse dar seu duro e seco veredicto ouviu desfiar da maldita boca de Harry, palavras em tom de prepotência e sapiência suprema:
- Isso aqui, querida, é maconha da pura, curtida no mel das abelhas abençoadas pelas freiras descalças e carmelitas do cume do morro do convento ao leste de Roma.- E por pura magia, sem retomar fôlego prosseguiu.- Aromatizada pelas rosas jamaicanas pisadas pelos pés de Bob Marley, durante uma dançadinha dominical.
- Cala boca, menino! Isso aqui é fumo de corda!- Vociferou a Amiga II, enquanto segurava com o braço esquerdo o direito para não tacar aquele moquifo no rosto do Enunciado Harry Potter Salvador.
Harry Potter ofendidíssimo e com sua auto-estima arrastando nos pés, sacou do bolso seu cajado mágico e antes que os olhos matreiros da Amiga II pudessem alcançar tal movimento, ele transformou o fumo de corda em maconha preta.Sorriu satisfeito à menina que com desleixo deu de ombros, foi até a cozinha, voltou com um jarro de creolina e disse sem ânimo:
- Tá, transforme isso em vinho tinto francês... E fume essa macumba lá fora.
Foi esse fato dado como o Primeiro Milagre Miraculoso e Mirabolante do Maconheirinho Harry Potter Messias. Todos que souberam disseram oh.



2 comentários:

Anônimo disse...

Essas criaturas da Terra Média são mesmo cheias de arrogância! mas e o vinho, não deu azia?

Mapie disse...

isso é verdade??? hahahahaha!