quarta-feira, dezembro 28, 2005

Seres Escrotos

Era uma senhora extremamente recatada e guardiã dos bons princípios e da moral. Ao menos era assim que pretendia se mostrar aos da vizinhança e do seu convívio em geral.
Em nome do que julgava correto era capaz dos mais disparatados extremos, como por exemplo, escrever uma carta anônima questionando a integridade de uma vizinha por tê-la visto com o padre tomando cerveja na barraquinha do churrasco com vinagrete durante a quermesse de Nossa Senhora Francisca de Coitadela. Ou ainda trancar o fila de 1 m no lavabo a fim de que o mesmo não tomasse os chuviscos que porventura o vento poderia soprar através da varanda onde ele dormia.
Não saía de casa após as 20h30, a menos que fosse para ir a algum culto ecumênico, às aulas de mandarim ou para vigiar alguém.
O que ninguém sabia era que, quando mais moça, fornicava com a filha do vendedor de grama, vendia lança-perfume em vidros de antibiótico e guardava sob a penteadeira do quarto um legítimo Capa Preta de São Cipriano, de cujos encantamentos se serviu várias vezes, inclusive uma em que, rejeitada por seus dotes físicos e intelectuais, fez ficar careca o dono da botica.
Sua vida de maldades só teve fim quando, após uma tentativa frustrada de bolinação por cima da batina, foi acusada de assédio sexual pelo padre da paróquia que era gay e considerava como inaceitável este tipo de intimidades com as beatas de sua comunidade.

Seres sem Noção

Era o que, carinhosamente, chamaremos aqui de “uma pessoa fraca de feição”.
Viúva há alguns anos e com um fogo completamente fora de contexto para suas limitações etárias e hormonais, viu-se seguida dia após dia, durante uma semana, por um cinqüentão num Maverick vermelho molho de tomate aguado da Quero.
Na primeira segunda-feira subseqüente, rebolando em sua calça mais justa a grande raba que portava, não se agüentou mais e aceitou a carona até a sua casa, posto que contou depois, extasiada, às colegas de trabalho:
- De fora do carro eu vi que ele estava com a pemba dura que mais parecia uma batata doce. Quando chegou no apartamento não falou nada, já foi tirando a roupa e foi direto pro banheiro tomar banho. Eu, como gosto de homem limpinho, achei muito bom e me limpei com uma toalhinha no tanque mesmo. Ainda bem que eu tinha feito escova dois dias antes porque ele me catou pelos cabelos e me chupou todinha. Mas com todo o respeito.

sábado, dezembro 24, 2005

Harry Potter e o Fumo Sagrado

Era uma vez uma menina. Era muito amiga de duas amigas.Eram, portanto, três amigas. Mas essa menina-amiga em destaque cortou-lhes o coração quando começou a namorar um menino que atendia pelo nome de Harry Potter Salvador.
Esse menino apareceu como que por magia, fato que lhes pareceu óbvio mais tarde, e por bruxaria (única explicação plausível) roubou o coração da amiga-menina. Era um rapaz de figura antipática e de intelecto bestial. Às vezes tentava agradá-las com soquinhos em suas barrigas, tapinhas em suas costas, ou comentários vazios a respeito do nada. Fato que as deixava mais esgotadas e desesperançadas com relação à amiga, esta durante todo o tempo era vista sorrindo e babando enquanto olhava para seu infante namorado.
Em uma bela e azulada tarde, Harry Potter e sua magia negra bateram à casa de Amiga II, a qual desavisada abriu a porta sorrindo e em seguida engasgando com seu próprio arrependimento, pensou “Essa minha maldita mania de abrir portas em tardes ensolaradas”.
- Oi, eu trouxe maconha, vamos fumar?-Disse cerrando os olhos com tanta malícia de usuário que lembrou um pato beirando a morte.
Amiga II suspirou com desgosto, baixou os olhos e deixou o menino entrar, devia ser mais uma de suas tentativas de aproximação e aceitação ao círculo social da namorada. Harry Potter não perdeu tempo, mal entrou na sala e já colocou na mesa de marfim e puro gesso da Flórida, um engodo de fumo ensacado com má vontade e plástico preto, abriu e mostrou à Amiga II como se fosse uma espécie de cálice sagrado que conseguira durante uma guerra qualquer hollywoodiana. Juntou aquele cafofo nas mãos e disse com trejeitos de um suíno refinado:
- Cheire!
Amiga II, sem muita opção, cheirou o fumo e antes que pudesse dar seu duro e seco veredicto ouviu desfiar da maldita boca de Harry, palavras em tom de prepotência e sapiência suprema:
- Isso aqui, querida, é maconha da pura, curtida no mel das abelhas abençoadas pelas freiras descalças e carmelitas do cume do morro do convento ao leste de Roma.- E por pura magia, sem retomar fôlego prosseguiu.- Aromatizada pelas rosas jamaicanas pisadas pelos pés de Bob Marley, durante uma dançadinha dominical.
- Cala boca, menino! Isso aqui é fumo de corda!- Vociferou a Amiga II, enquanto segurava com o braço esquerdo o direito para não tacar aquele moquifo no rosto do Enunciado Harry Potter Salvador.
Harry Potter ofendidíssimo e com sua auto-estima arrastando nos pés, sacou do bolso seu cajado mágico e antes que os olhos matreiros da Amiga II pudessem alcançar tal movimento, ele transformou o fumo de corda em maconha preta.Sorriu satisfeito à menina que com desleixo deu de ombros, foi até a cozinha, voltou com um jarro de creolina e disse sem ânimo:
- Tá, transforme isso em vinho tinto francês... E fume essa macumba lá fora.
Foi esse fato dado como o Primeiro Milagre Miraculoso e Mirabolante do Maconheirinho Harry Potter Messias. Todos que souberam disseram oh.



quinta-feira, dezembro 08, 2005

Nojo é jogar a mãe pra cima, Estocolmo!

Estocolmo é um garoto comunicativo, gosta de gatos e prefere as músicas do lado B. Foi então, numa daquelas reuniões de amigos intelectualmente interessantes que Estocolmo contou em tom de escárnio malevolente:

- A Vilma... oh, uma menina tão bonita, inteligente, gosta de cigarros de filtro branco e limpa seus óculos só com desengordurante, vejam só, amigos, fez, vergonhosamente xixi na rua, outro dia. Voltávamos de uma festa de música alternativa, onde ela bebericou álcool com muita vontade, no meio do caminho sua bexiga apertou e sem escrúpulos abaixou-se onde estava (uma calçada!) e fez ali mesmo- Nesse instante, Estocolmo fez aquela cara de asco que lhe é comum em momentos de aperto- Pasmei... não imaginei que seria capaz de tal ato repugnante e civicamente negativo.

Oras, venhamos e convenhamos nesse seu preconceito descabido, Estocolmo, não se esqueça que quando a bexiga aperta, a vergonha afrouxa! Também eu, sua amiga e que compartilho de suas rodas de conversas entusiasmadas, lúdicas e inteligentíssimas fiz, faço e farei xixi na rua quando necessário! E no mais imaginaste que só aos homens foi dado o dom da urina pública? Pasmaceira!

terça-feira, dezembro 06, 2005

Com o intuito de estimular a capacidade criativa, noções de ciência e desenvolvimento sadio da curiosidade, a Casa da Caralha inicia, com a postagem deste, a campanha "doe um termômetro a uma criança".
Sendo uma campanha de âmbito nacional, nossa empreitada visa, através do lúdico, estimular a capacidade destrutivo-criadora-abstracionista de nossas crianças.
A Casa da Caralha Produções Inc., julga ser imprescindível para um desenvolvimento cognitivo saudável de nossos rebentos, a prática regular da quebra dos medidores de temperatura. A julgar por esta premissa, estaremos enviando juntamente com as assinaturas de apoio e desejos de bons auspícios, uma petição aos senhores ministros da Educação e da Cultura, petição esta cujo princípio básico seja o de ofertar aos estudantes do primeiro ciclo no ensino fundamental, juntamente aos livros didáticos, termômetros que serão arremessados ao chão e formarão maravilhas aglomerativas e brilhantes, pequenos sonhos na forma de mercúrio que se dissiparão e se conglomerarão novamente num ciclo infindo (ou até que algum adulto o dissipe), estimulando, desta forma, a capacidade inominável de "ver a beleza onde aparentemente não há nada". Ou "apenas caos". Ou de "sorrir à-toa quando as ruínas se acumulam ao seu redor". Ou mesmo de "brincar com o que parece sério mas é, no fundo, no fundo, apenas a beleza imperceptível e indiscutivelmente simples da vida".

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Jardim de couve-flor

A moça bem vestida, bonita e aparentemente normal entra no bar... Pára defronte o balcão e fixa-se no atendente, que responde com um olhar atencioso e alegre, sorri e diz suas vinte e nove últimas palavras do dia, que foram: “Acho que te conheço, não me lembro bem... Ah! Quanto tempo não nos vemos, uns 10 anos?! Desde a segunda quinzena quente de fevereiro de 1995?” – A moça atravessa o bar atrevidamente decidida, sobe no palco de alvenaria, arranca com dedos longos o microfone do cantor que balbucia um Smiths e olhando para o pasmado balconista diz:
- Seu filho da puta! - nesse momento ela levanta a saia e mostra seu bizarro órgão genital que mantém movimentos involuntários e lesos.- Está vendo isso aqui, seu cuzão? Isso aqui não é uma couve-flor escurecida, não! Isso aqui é minha vagina! Minha vagina! Minha vagina!
O Rapazote do balcão engasga, sendo caucasiano, por descrição própria orkutiana, fica tão vermelho que para os clientes próximos causa um misto de pena e vontade incontrolável de bater-lhe nas orelhas. O dono do recinto olha para a nobre e dorida mocinha com pena e vontade de arrancar-lhe as entranhas e para o funcionário carmesim com tanto ódio que só pensa em estragar seu novo frasco de perfume enfiando-lhe no seu canto oco.
A moça ajeita a saia, subindo-lhe um pouco mais até quase alcançar a cintura, puxa o cabo do microfone e o segura como um grande cantor de pop-rock e grita mais essas, só que dirigindo suas palavras aos freqüentadores entusiastas do local:
- Quando esse vagabundo, filho de uma rampeira, me abandonou, há 10 anos atrás, eu caí na bebedeira, enfiei meu rabo nas drogas e dei, pra afastar minha tristeza, a todos os homens dessa Província convidativa... Eu dava com gosto... a cada transa sensual uma lágrima caía, oferecida a esse cachorro covarde- Virando-se abruptamente ao balconista semi-enfartado continua- E hoje me diz com essa voz rouca e gostosinha “Acho que te conheço, não me lembro bem... Ah! Quanto tempo não nos vemos, uns 10 anos?”- Remedou com desdém o Pobre Enfartado.- Vai tomar no teu cu! No teu, no teu... Porque o meu já tomou por 10 anos, Vadio Lazarento!
Nesse tenso instante, atravessando os morenos que ritmados batiam palmas no salão, adentram três homens de branco, agarram as mãos da moça que aparentava um pouco de desequilíbrio, talvez pela emoção do reencontro, pedem com olhar de charminho ao músico que continue a tocar Smiths e a arrastam para fora da lanchonete-bar. Depois de oito dias chega aos freqüentadores a notícia de que a mocinha passava bem, estava numa clínica de recuperação para moças e mulheres solteiras ou casadas, menos viúvas, com hortaliças brotantes entre seus membros.
Sabe-se com certeza de uma fonte segura que o rapaz caucasiano tentou visitá-la, sendo impedido de entrar por denunciar-se vegetariano e apreciador de couve-flor e seus derivados.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Arquivo Idiotas Anônimos no 5433

Tarde de segunda-feira, véspera de feriado, lanchonete. Aproxima-damente 28o C .

Chata A: Eu não tomo refrigerante.
Chata B: Por que não?
Chata A: Por que eu não agüento tomar um refrigerante inteirinho sozinha.
Chata B: Toma um suco.
Chata A (afetadíssima): Suco???? Você sabe quantas calorias tem num suco de laranja? Não tem nada pior pra uma pessoa que faz dieta do que tomar um suco de laranja.
Chata B: Eu vou tomar um Ice Tea.
Chata A: O que é que tem pra tomar aqui?
Chata B: Tem aquele suco ali de garrafinha. Custa só R$ 1,00.
Chata A: R$ 1,00 é o suco de laranja. Eu não posso tomar suco.
Chata B: Eu vou tomar um Ice Tea.
Chata A: O que é Ice Tea?
Chata B: Chá com frutas.
Chata A: Creeedoooo!!!!! Por que você não toma Coca-Cola?
Chata B: Eeeuuuu??? Não tomo refrigerante.
Chata A: Por que não?
Chata B: Porque tem gás. Toma um café com leite.
Chata A: Com esse calor? Por que você não divide um guaraná Antártica comigo?
Chata B: Por que tem que ser da Antártica?
Chata A: Sei lá. Por que é do Brasil.
Chata B: Fruta também é do Brasil...
Chata A: Eu não tomo suco.

Chata A chama o garçom:

Chata A: Tem guaraná Antártica?
Garçom: Tem.
Chata A: Sem gelo?
Garçom: Não, sem gelo eu só tenho Coca-Cola e Kuat.
Chata B: Por que tem que ser sem gelo?
Chata A: Porque deve estar muito gelado.
Chata B: Pede pro garçom passar na água pra quebrar o gelo.
Chata B pro garçom: Tem Ice Tea?
Garçom: Não. Mas temos Nestea.
Chata B: O que é Nestea?
Garçom: A mesma coisa que Ice Tea, só que é de outra marca...
Chata B: Não, obrigada. Só tomo Ice Tea.
Chata A: Não tem nada pra tomar aqui.

(enquanto ouvia tão produtiva conversa, esta que vos escreve nutria sonhos encantados de pegar Chata A, inicialmente, pelos cabelos e esfregar sua cara no balcão refrigerado dizendo: “Isso é uma lanchonete, tá vendo? Você só pode tomar refrigerante ou suco, ok? Existe uma longa lista de frutas pra se fazer um suco, você não é obrigada a só tomar suco de laranja, sabia? Agora, se não gostar de nenhum dos quatorze sabores disponíveis, tome ÁGUA, ou então uma cerveja ou então vá tomar...” Deixa quieto....)

Aqui o assunto muda, de repente, para algo muito mais aprazível, ousaria dizer até mais adequado para uma lanchonete:

Chata A: Será que aqui tem barata?
Chata B: Não sei. Aqui é de chinês?

(Nota da Redação: não há um só oriental num raio de 200 metros)

Chata A: Eu vi duas baratas numa pastelaria. Os chineses são muito porcos.
Chata B: Eles comem carne de rato.
Chata A: De rato?? Noossaaa!!
Chata B: De rato e de insetos. Eu vi na TV. Devem até comer barata, por isso que tem tantas nas pastelarias.

Não sendo mais possível uma convivência civilizada, pedi para que o garçom embrulhasse o X-frango-salada-bacon-catupiry-com maionese super temperada que comia com tanta delicia até então. Chata A e Chata B continuaram na mesa. Até quando de minha saída, não haviam tomado nada.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Vida Divertida

Era tímida, extremamente tímida. Húngara, criada na parte rural da cidadezinha, se julgava diminuta e noz, trancada sob casca feia.
Um dia, uma amiga da aldeia a arrastou a um folguedo local, sob muito custo. Lá chegando, não sabia como esconder-se dos que lhe faziam a corte: ofertaram-lhe cevada, batatas e goiabas brancas, ao que percebeu que estava cansada de ser noz, queria agora era ser semente de cajú.
Mudou-se para um apartamento na cidade, onde fez uma plantação particular de couve-flor, comprou brincos e corpetes extravagantes e, junto a amiga, fundou o fanzine "As Putas do Estilo", no qual discorriam brilhantemente sobre o nada.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Pauta do Dia

As redatoras resolvem ter uma banda.

Eis que em meio à cerveja e boa, mas quase incompreensível conversa, as duas redatoras dA Casa da Caralha resolvem ter uma banda. E é mais ou menos assim que acresce:

- Sabe, Redatora Amiga, devíamos seguir o conselho da Ana e montar uma banda.
Segue um sorriso inexpressivo da outra... um segundo mal pensando e a resposta:
- Mas não sabemos tocar nada.
- Mas temos tudo! Eu já toquei numa fanfarra.
(Cresce um olhar de esperança embriagada)
- É... e eu sou mulher de músico!
- Sabe, minha cara, eu pensei, não temos coordenação motora. Um problema. Eu pensei, não temos instrumentos. Dois problemas.
- Não, não temos dois problemas.
- Por que?
- Porque não sabemos tocar nada mesmo.

Alguns minutos mais de negociação e o impasse é resolvido, de uma forma óbvia e interessante, praticamente uma descoberta cultural e underground.

- Eu entro com o ritmo e você canta. (A dispersa e pueril redatora começa a fazer o ritmo oralmente)- Tãn tãn tãn, tátátá... tãn!
A outra prende toda sua atenção, em mostra de pura boa vontade e dedicação à musicalidade, e seguido 10 segundos de silêncio responde:
- Você dá o ritmo tão bem que eu nem sei que música é essa!
- Puxa, é The Verve, a música da sua vida!...
- Ah...
- Vamos pra França, onde existe um reconhecimento consistente ao artista.
- Sim, seremos um sucesso, seremos, quiçá, as Queridinhas da França, onde reconhecerão nosso potencial intelectual, musical e excêntrico. Sucesso aí vamos nós...

quarta-feira, outubro 05, 2005

Concurso Cultural

Concurso Cultural
Participem do novo e empolgante Concurso Cultural da Casa da Caralha.
Responda: "onde fica a Casa da Caralha?" e concorra a um almanaque riquissimamente ilustrado com espécimes de repolho, seu cultivo, cultura e receitas extremamente saborosas.
O prêmio será entregue durante as festividades do Flatulomatsuri, folguedo a ser realizado durante o mês de novembro, ocasião na qual o vencedor poderá saborear charutinhos, chucrute e vivenciar a inigualável experiência da "Prova de Ares".
Tudo isso sob o patrocínio da minha, da sua, da nossa Casa da Caralha.
Participem.

Detalhes do Almanaque (ricamente ilustrado)



quinta-feira, setembro 29, 2005

Guia do Neurótico Normal – Parte I

Índice parcial

Cap. 1 – Como saber se você está doente ou não, entediado ou perturbado

Cap. 2 – Conhecimentos úteis e conhecimentos não úteis

Cap. 9 – Hábitos desagradáveis, ou cinco maneiras diferentes de nos prejudicarmos

Cap. 10 – Coma – beba – e seja sexy

Cap. 13 – Como ser rico – por dentro

No decorrer do período, trataremos de diferentes tópicos de tão pertinente obra do Dr. Allan Fromme (sim, o livro existe: Guia do neurótico normal / Allan Fromme – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980)

quarta-feira, setembro 28, 2005

Dos Seres Sem Noção

Sim, Chanty Lee era um desses, aziago e desenxabido ser.
Perdido, numa noite escura, Chanty Lee observa Dona Valéria, vizinha do estabelecimento o qual costumava visitar (a contragosto dos freqüentadores todos) enquanto a mesma tentava fazer com que seu Fiat 147 pegasse. Após se recusar a empurrar o veiculo pelas quatro vezes que se fizeram necessárias, Chanty Lee, que só a conhecia de vista e era bastante malquisto pela mesma (segundo revelações dos locais), se apodera do controle da situação e ordena:
- Vocês não vão porque não cabem.
- Você, que ia comigo e não vai mais porque eu vou de carro, vai com elas (que não cabem no carro)
- E você, Sr. Valério, pule para o banco de trás.

Agora só falta Chanty Lee ir dar um beijo no João...

terça-feira, setembro 27, 2005

Serviço de Utilidade Pública da Casa da Caralha

Quando tudo parecer perdido e parecer não haver qualquer saída, lembre-se: sempre pode nascer um furúnculo nos limites do elástico de suas calçolas.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Coisas que atrapalham a vida divertida de um cronópio

Um cronópio felizinho saia de uma festa em que se excedera em termos de horários e festividades. Ao colocar seus pés gosmentos para fora, sentiu-se terrivelmente mortificado: o sol já havia nascido e é de conhecimento geral que, para estes seres, um dia só pode amanhecer depois que eles durmam e acordem. Além do mais, havia pássaros gorjeando e galos cantando, o que entristecia por demais o pobre cronópio já que estas eram provas irrevogáveis de que a noite havia acabado.
Estava terrificado pelos problemas. Se um dia havia começado sem que outro houvesse acabado, ele teria de ficar sem dormir até a noite seguinte além de ter perdido, para todo o sempre, um dia de sua vida, tendo de fazer, a partir de então, mudanças em seus relógios, calendários, agendas e na conta de seus anos.
Angustiadíssimo, o pobre foi ao Departamento Emergencial de Causas Sem Solução, ao que voltou para casa aos prantos: o Diretor Geral do departamento era uma esperança e essa como não sabia dançar trégua catala espera, julgou improcedente o pedido do coitadinho.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Serviço de Utilidade Pública da Casa da Caralha

Como reconhecer um poeta pelo seu ambiente de trabalho: sempre há uma garrafa sob o pé do poeta.
Ou os pés do poeta sempre estão sobre alguma garrafa.

sábado, agosto 06, 2005

Funcionária do Mês

MARPESSA DE CASTRO
É com imenso prazer que publicamos a foto desta que é a imagem da atenção, da doçura e da fragilidade. Uma graviola, essa menina...

sexta-feira, agosto 05, 2005

0800 - Disk Beck

A URA atende:

O Disk Beck agradece a sua ligação, disque:
1- Para Traficantes e
2- Para Usuários

2

Disque:

1 - Para localização de bocas de fumo
2 - Para localização de viaturas policiais
3 - Para localização de aviõezinhos credenciados
4 - Para localização de mata-larica e
9 - Para falar com um de nossos atendentes

2

(Música de fundo: Vô Imbolá, Zeca Baleiro)

- Disque Beck, Marpessa, boa noite.
- (risos)
- (suspiro) Disque Beck, Marpessa, boa noite.
- Boa. Muito boa. Quem tá falando?
- Marpessa.
- Como? (risos)
- (voz severamente contrariada) Marpessa. Em quê posso ajudá-la?
- Não entendi o seu nome....
- Em QUÊ posso ajudá-la?
- Sabe o que que é, moça? A gente fumou um e queria fumar outro e eu queria saber se rola aqui onde estou.
- Localização?
- Como assim?
- (enfado) Em que rua vocês estão?
- Ah (risos). Rua da Consolação...
- Altura?
- Acho que um e sessenta e cinco, apesar que eu estou de tênis de cano alto e..... alô, alô??
- tum tum tum tum

- (tirando os fones de ouvido, estressadíssima) Vai tomar no cú.

quinta-feira, agosto 04, 2005

sexta-feira, julho 22, 2005

RESULTADO do Grande Concurso Cultural da Casa da Caralha

Devido a problemas político-sociais não pudemos colocar o resultado do concurso “Crie um Slogan para a Casa da Caralha” no dia previsto, dia 15/07. Como os jornais de grande circulação já noticiaram à bicas, nossa sede foi invadida, no dia citado acima, por três membros suicidas da Al-Qaeda (nada mais em voga), apesar dos problemas psico-burocráticos que nos trouxeram, tudo findou-se bem, pedimos assim a compreensão de nossos leitores.

Parabéns ao grande vencedor, que nos enviou 5 (cinco) Slogans, dos quais usaremos 4 (quatro), revesadamente. Excluímos um, pois que não achamos de bom tom: “Aqui ninguém detalha... complexa casa da caralha”, visto não ser verdade a ausência de detalhes na Casa e muito menos tal complexidade mencionada.
O vencedor, Cárcere, poderá retirar seu prêmio, 1 (hum) final de semana no showroom da Telha Norte, a partir deste próximo seguinte. E não se esqueça, Cárcere, de levar algum documento de identificação, pois estão à sua espera!

terça-feira, julho 12, 2005

(Design by Arthur Netto)

Não se esqueçam do Grande Concurso Cultural da Casa da Caralha.
Enviem suas frases com um slogan para a Casa e concorram a um magnífico final de semana no show room da Telha Norte. O sorteio será no dia 15 deste mês.
(Edital completo nesta página)

sábado, julho 09, 2005

As redatoras em dificílimo processo de criação...

quinta-feira, julho 07, 2005

Série 8207 dos Idiotas Anônimos


Eis que no começo da aula de Literatura Portuguesa ouve-se a manifestação herege de uma Idiota Anônima:
- Professora, será que tirei boa nota na resenha do livro?
- Ué! Você entregou? Não vi seu nome em nenhuma!
A Idiota Anônima arregalou os olhos, tomando ares de seriedade e profanou:
- Entreguei! Entreguei Senhora!
- Mas Senhora é Literatura Brasileira -respondeu a mestra denotando uma quase impaciência.
Engasgou, ruborizou, remexeu-se toda, engoliu-se na cadeira.
Acresce que não foi uma Idiota apenas por, sendo uma acadêmica na área, não saber diferenciar as Literaturas, provou ter um raciocínio tão astuto quanto o tem uma lesma de jardim e tanta malícia quanto uma ovelha pastoril.
A Idiota Anônima poderia ter respondido à docente, com todo respeito e calmaria:
- Professora, eu quis dizer: Entreguei vírgula senhora.
Poderia... não poderia?!

segunda-feira, julho 04, 2005

Essa é comprida mas vale a pena ler

Em tarde comum no escritório d`A Casa da Caralha, a recepcionista nos consulta sobre a visita não agendada de uma senhora de Uberaba.
Como nossos trabalhos redacionais já se encontravam bastante adiantados, nos entreolhamos e constatamos que não havia problema algum em receber tal pessoa.
A senhorinha adentrou a aromatizada Sala de Reuniões da Casa e após pousar sobre a mesa de marfim um calhamaço de papéis manuscritos, nos olhou aflita e disse enfática:
- Julio Cortazar é parente de alguma de vocês duas?
- ??????
- Eu sou Dona Toninha, sou de um centro espírita de Uberaba e Julio me psicografou essa mensagem e pediu para trazê-la para vocês.
Ao que ouvimos a frase, nos entreolhamos, pusemos as nossas rosquinhas de lado e perguntamos, em assombro:
- A senhora está falando de Julio Cortazar? Aquele escritor argentino, aquele, da Gaviões?
Sem entender muito, a senhorinha responde:
- Olha meninas, eu não sei... Fiquem com isso e estejam na Luz.
Atônitas, lemos, relemos e publicamos então o primeiro texto de uma serie recebida:

“A Foto Saiu Fora de Foco

Um cronópio vai abrir a porta da rua e ao enfiar a mão no bolso para pegar a chave o que tira é uma caixa de fósforos; então este cronópio fica muito aflito e começa a pensar que se em vez da chave ele encontra os fósforos, seria terrível que o mundo se houvesse deslocado de repente, então se os fósforos estão no lugar da chave, pode acontecer que ele ache a carteira de dinheiro cheia de fósforos, e o açucareiro cheio de dinheiro, e o piano cheio de açúcar, e o catálogo de telefone cheio de música, e o armário cheio de assinantes, e a cama cheia de roupas, e as jarras cheias de lençóis, e os bondes cheios de rosas, e os cantos cheios de bondes. Assim este cronópio fica horrivelmente aflito e corre para se olhar no espelho, mas como o espelho está um pouco de lado, o que ele enxerga é o porta-guarda-chuvas do vestíbulo, e suas desconfianças se confirmam e ele desata a soluçar, cai de joelhos e junta suas mãozinhas nem sabe pra quê. Os famas vizinhos acodem para consolá-lo, e também as esperanças, mas passa-se muito tempo antes de que o cronópio saia de seu desespero e aceite uma xícara de chá, que olha e examina muito antes de beber, não vá acontecer que em lugar de uma xícara de chá seja um formigueiro ou um livro de Samuel Smiles.”

domingo, julho 03, 2005

Após questionamentos infundados a respeito da contratação de Luiz Tatit e sua equipe musical, a Casa da Caralha vem a público desmistificar tais boatos e injúrias..
Corre à boca pequena que A Casa estaria sendo tendenciosa, ao que Esta responde: as contratações se deram única e exclusivamente pelo talento dos músicos em questão, sendo que estas foram feitas pela altíssima cúpula da corporação
Assim sendo, aos que tentam, em vão, enxovalhar o nome da empresa, notificamos: Aqui nao se prevarica!
E temos dito!

quinta-feira, junho 30, 2005

Notícia de última hora!

Trazemos a vocês, caríssimos leitores, a notícia da bonança cultural que ladeia A Casa da Caralha.
Após uma crucial negociação e muita especulação por parte de toda mídia nacional, o músico e semi-deus Luiz Tatit abrilhantará ainda mais a nossa equipe musical, trazendo consigo nomes de competência inquestionável: Juá de Casa Forte, Tom Zé, Zeca Baleiro e Lirinha.
Luiz Tatit disse à nossa equipe de reportagem que o mais provável é que largue suas aulas de Linguística e Semiótica na USP, visto que precisará dispor de muito tempo para A Casa da Caralha, onde mora seu projeto faraônico.
No momento deixamos aqui a nossa mensagem de boas vindas ao mais novo colega de Casa e que em momento nenhum fraqueje diante do peso e da responsabilidade que é carregar o nome dA Casa da Caralha, pois todos que aqui estão são merecedores de tal status!
Parabéns a todos os envolvidos nesse empreendimento teo-cultural e principalmente a vocês, leitores, que mais uma vez saíram ganhando em nos prestigiar com olhos e ouvidos tão astutos!

quinta-feira, junho 23, 2005

Serviço de Utilidade Pública da Casa da Caralha

Como reconhecer um poeta pelo seu ambiente de trabalho:
- Caso você veja um cinzeiro cheio de bitucas ao lado da impressora e logo abaixo, entucado na escrivaninha, metade de um vinho branco, fechado com um pedaço de folha de caderno, isso é um bom sinal.

terça-feira, junho 21, 2005

Atos Insensatos

Assim que o dedetizador adentra o recinto, encontra uma semi-guapa em movimentos de cavalgadura, estapeando a região pélvica, enquanto grita enlouquecida:
- Tapa mi cucaracha, mata-la, mata-la, vamos cabrón, tapa mi cucaracha!!!!!
O rapaz ignora o apelo lascivo, dá as costas e deixa a semi-guapa entregue aos insetos e à solidão.

domingo, junho 19, 2005

Serviço de Utilidade Pública da Casa da Caralha

Com o intuito de otimizar os desastres materiais de nossos leitores, a Casa da Caralha dá agora dicas de como quebrar copos de maneira rápida, prática e eficaz.
O inicio do processo dá-se com a distribuição aleatória dos referidos copos pelos diversos ambientes de sua residência, desde a sala até seus aposentos.
Feito isso, proceda a ação contrária, ou seja, recolha os mesmos e realize os seguintes movimentos: mantenha como base o copo de maior diâmetro. Em seguida, introduza neste outro copo. Repita esta ação até que todos os copos estejam devidamente posicionados dentro dos copos, processo este que aqui chamaremos de empilhamento. É imprescindível para o sucesso da operação que os copos tenham envergaduras diferentes a fim de que possam ser acondicionados uns dentro dos outros de maneira satisfatória.
Posto que esteja tudo de acordo, posicione a sua pilha na pia, mesa ou local que melhor lhe aprouver, eleve a articulação que une seu braço ao seu antebraço (comumente conhecida como cotovelo) e a desloque no ar a aproximadamente 90o em direção a pilha.
A velocidade utilizada e a quantidade de copos ficam a critério do manipulador.

sábado, junho 18, 2005

0800 - Disk Beck

E a URA atende:
O Disk Beck agradece a sua ligação, disque:
1 - Para Traficantes e
2 - Para Usuários

2

Disque:

1 - Para localização de bocas de fumo
2 - Para localização de viaturas policiais.
3 - Para localização de aviõezinhos credenciados
4 - Para localização de mata-larica e
9 - Para falar com um de nossos atendentes.

1

Disque:
1 – Para bocas de fumo em morros
2 – Para bocas de fumo em favelas
3 – Para bocas de fumo em localidades ditas normais ou
9 – Para retornar ao menu anterior.

2 (música de espera: Catch a Fire – Bob Marley)

“A favela que mais tem servido os consumidores é a singela Favela do Pântano, a qual ganhou o prêmio Tráfico’n Quality do mês de maio. Ela tem se sobressaído, por dois meses seguintes, no quesito ‘Menos tiros, menos tiras, mais puxadas’, e conquistou o coração, a pupila dilatada e os dedos amarelos de todos os nossos contribuidores e nóinhas de plantão! A favela que mais tem servido os consumidores é a singela...”

- Disk Beck, Gislaine, boa tarde, sim?
- Sim! Eu gostaria de saber onde é mais perto pra eu pegar uma paranga!
- Com quem eu estou falando, sim!?
- Sim, com Junior Alberto.
- Sim, sr.Junior Alberto, para a obtenção de sua provisão de maconha é necessário que eu esteja sabendo a sua localização exata.
- Ah, sei, eu estou na R.On Jack Tall Back, altura do número 82, Pq Pirajussara.
- Certo, senhor, está constando aqui no meu cadastro, super-atualizado, uma boca para obtenção de fumo de hight qualidade, na R. Peçanha Neves,65. Um quarteirão acima, paralela acima, senhor.

- Ah, sei onde fica...com quem eu falo lá?
- A propriedade fica aos cuidados do sr.Gilvan Corto Você Todinho. Mais alguma informação, senhor?
- Não, e obrigado...
- O Disk Beck agradece a sua ligação, tenha uma boa tarde e não se esqueça: vai queimar o seu? Não vacile, ligue para Disk Beck e viaje sossegado!

quinta-feira, junho 16, 2005

Atenção!!

Grande Concurso Cultural da Casa da Caralha

A Casa da Caralha Produções Inc., visando o fomento da cultura nacional e o reconhecimento do talento dos leitores de ATOSinsensATOS, traz a público o seu grandiosíssimo Concurso Cultural “Crie um Slogan para a Casa da Caralha”.
Mandem, a partir da publicação do edital deste, seus slogans para ATOSinsensATOS.
O grande vencedor, além de ter o seu trabalho divulgado num veículo de alta circulação, ganhará um final de semana totalmente grátis no show-room da Telha Norte, com direito a acompanhante.

EDITAL

A Casa da Caralha Produções Inc. torna público o convite aos leitores de Atosinsensatos a concorrerem ao cargo de publicitário temporário da Casa.

1 – PREMIAÇÃO
1.1.Quanto ao final de semana no show-room da Telha Norte: todas as despesas serão pagas pela Casa da Caralha Produções Inc. com direito a hum acompanhante, incluindo o translado (desde que este não ultrapasse duas conduções para cada), hospedagem e meia-pensão.
OBS. Os produtos que o ganhador tencionar adquirir, serão cobrados de sua própria pessoa.
1.2. Quanto aos direitos autorais, serão pagos ao autor na forma de participação nos dividendos.

2 – PRAZO DE ENTREGA E DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS
O concurso estará aberto a inscrições a partir do dia 15 de junho de 2005 até 15 de julho do mesmo ano, sendo que o nome do grande vencedor será divulgado no 3º dia útil subseqüente.

3 – COMO PARTICIPAR
Para participar, basta deixar o seu slogan nos comentários do ATOSinsensATOS.

4 – DISPOSIÇÕES GERAIS
Os casos omissos serão dirimidos pela Comissão de Avaliação.

terça-feira, junho 14, 2005

Serviço de Utilidade Pública da Casa da Caralha

Formigas apreciam por demais vinho branco suave.
Portanto, cuide de fechar a garrafa antes de cair embriagado, já que as mesmas são deveras difíceis de serem coadas.

domingo, junho 12, 2005

Das Burocracias Celestiais - Parte I

Pois que a mocinha morreu.
Em angústias mil, havia pedido à amiga conselhos sobre quando deveria ligar para o mocinho. A amiga, na melhor das intenções “faça um charme”, aconselhou: “Hoje é terça, pois ligue só na sexta.” Mas a pobre não resistiu à espera e bateu com as cinco antes mesmo de tomar o telefone ao gancho.
Chegando ao céu, enfrenta uma fila relativamente grande. Final-de-semana, notórios dias de aumento de óbitos.
À sua vez, é chamada por um São Pedro distante e aparentemente muito ocupado:
- Causa mortis?
- Ansiedade.
- (humpf) Você morreu de quê, minha filha?
- De ansiedade por causa do...
Nisso São Pedro ergue os olhos por sobre os óculos, desconfiado.
- Vejamos o seu prontuário. Mulher, aproximadamente trinta anos, branca. Causa do óbito: desidratação profunda em decorrência de falta de alimentação e relaxamento intestinal, agravados pelo uso absurdamente excessivo de tabaco.
- Mas veja bem, Sr. Santo, se eu não estivesse tão ansiosa, não teria ficado sem comer, muito menos teria fumado tanto. Na verdade, eu morri mesmo foi de Amor.
São Pedro deixou sua prancheta no balcão, tirou os óculos, olhou-a circunspecto e perguntou (não poderia ser...):
- Ocupação?
- Eu sou poetisa.
- GABRIEL?! Liga no subsolo AGORA.
(tamborilar de dedos)
- LIGAÇÃO....
- Alô, Sr S.? Aqui é São Pedro. Tá, tá tudo bem sim, só uma coisa... tem algum problema aí na triagem? Não? Porque tem uma pessoa aqui se dizendo poetisa, S. Já não tinha ficado estipulado que os poetas iriam direto pr`ai, S.?
- Sei quem é, Pedro, eu mesmo que a mandei pra vocês. Ela chegou aqui falando que tinha morrido de ansiedade, não sabia o que fazer com a menina. Há mais de século e meio ninguém aparecia por aqui dizendo que morreu de Amor, os procedimentos já foram incinerados. Você sabe como é, a cada meio século nós renovamos os arquivos...
- Não tem jeito, S.?
- Desculpa, Pedro, mas desta vez não rola. Que é que eu vou fazer aqui com uma mocinha que morreu de Amor? Vai encher a cabeça dos outros de romances e outras baboseiras, é melhor mantê-la ai antes que suas melações sobre mocinhos e mocinhas subvertam a ordem local.
- Fuuuuuuuuuu!
Profundamente contrariado, São Pedro dá as coordenadas à ela.
- Este é o número do seu protocolo. Procure não perdê-lo até que chegue a sua carteirinha. Siga por este corredor, terceira nuvem à direita e apresente-o ao almoxarifado.
- Mas....
- PRÓXIMO!


segunda-feira, junho 06, 2005

Serviço de Utilidade Pública da Casa da Caralha

O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE (a quem usa):

Visto a quantidade de malucos neste mundo de meu deus, prezem pelo conteúdo de suas tangas.

domingo, junho 05, 2005

Arquivo 5.083 dos Idiotas Anônimos

Estamos mui extasiadas e contentas com um exemplo vivo dos Idiotas Anônimos, visto numa copiadora qualquer, de qualquer universidade braz cubas, esse Idiota Anônimo nos deu o cítrico prazer de sua presença e como um Idiota de marca maior, não conseguiu passar-se por desapercebido. Sentia-se alto o suficiente para esmagar de amores qualquer menina daquela fila, sentia-se bonito o suficiente, forte o suficiente, tatuado, gostoso, loiro oxigenado o suficiente, foi quando...
- Huaaaa... huuuu... aaaiiiii... ahhhhhh...
Gemidos ardentes começam a sair do bolso do Idiota Anônimo, sim, uma espécie de Gretchen Polifônica começa a gritar de dentro do bolso do I.A.(leia-se Idiota Anônimo).
- Huaaaa... huuuu... aaaiiiii... ahhhhhh...
Ele, não conseguindo segurar o peso de tanta Idiotice, ficou vermelho-escarlate, e sorria às pessoas de bem que estavam ao seu lado, presenciando tanta barbárie. Pegou com pressa o celular e disse:
- Oi, mãe !?

Oi, mãe? E só porque Deus é pai é que aquele idiota tem mãe...

0800 - Bem vindo a Casa da Caralha.

A URA atende:
Você ligou para Casa da Caralha Produções. Tecle:
1 para vídeos
2 para books
3 para festas e casamentos
4 para web design
5 para performances e
9 para falar com um de nossos atendentes

9

(música de espera: Voyage, Voyage - Desireless)

- Casa da Caralha Produções, Marpessa, boa tarde. Com quem eu falo?
- Boa tarde. Sou Augusto Roberto... eu queria saber exatamente no que consiste esse novo projeto na internet da Casa da Caralha Produções, esse tal de ATOSinsensATOS
- É uma nova linguagem que A Casa da Caralha Produções está adotando como roupagem pura, sarcástica e conceitual.
- ?????
- Mais alguma dúvida, senhor?
- Sim, a do projeto...
- Eu vou estar explicando pro senhor as diretrizes básicas dos ATOSinsensATOS: o blog se constitui por capturas de imagens mentais redigidas por duas redatoras de mil facetas, muito bem pagas para tal. O objetivo geral bem consiste o especifico: criar mal-estar, incitar ao riso e exercitar o desagrado através de todo um trabalho de feedback no qual as redatoras escarnecem, chacotam, espezinham e esculhambam com os padrões non sense pré-estabelecidos pelas pessoas de boa índole.
- Mas o que vai ter, assim, exatamente lá?
- (Marpessa bufa enfadada) Piadas de mau gosto, senhor, piadas de mau gosto. Mais alguma dúvida, senhor?
- Sim. Alguém já disse que a sua voz é muito sexy?
- A CASA DA CARALHA agradece a sua ligação. Tenha uma boa tarde.

tuuuuuuuuuuu.....................

sábado, junho 04, 2005

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